
Especialistas em recrutamento dão dicas para preencher o CV perfeito e ensinam o que não fazer na hora de se candidatar ao emprego
Fazer um bom currículo é importante porque o documento serve como apresentação do profissional. Portanto, de acordo com a diretora de gestão de carreira da consultoria Right Management, Telma Guido, o candidato precisa de cuidado e tempo para pensar sobre ele e elaborá-lo. “É um documento que chega antes da pessoa. É um cartão de visita e precisa de dedicação”, avalia. Sob essa lógica, por exemplo, os erros de português são imperdoáveis.
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“Ter o objetivo de se apresentar sem ser cansativo – e sempre com informações verdadeiras – é o norte para criar o documento, segundo o diretor da Hays Response Luís Fernando Martins.
“No início, basta um resumo sobre a sua carreira. Um ou dois parágrafos, no máximo, a respeito de sua trajetória profissional e um destaque na vida pessoal, como: ‘casado, com filho, nascido em tal data, carreira iniciada em tal lugar’”, explica.
Dessa forma, usar muitos recursos gráficos e itens muito chamativos deve ser evitado.
Ser sucinto é uma boa opção. “Além disso, é possível que o candidato utilize palavras-chave; quatro páginas são o suficiente”, indica.”
O diretor executivo da Michael Page Brasil, Ricardo Basaglia, acrescenta que a função do currículo é fazer com que a empresa tenha interesse pelo profissional. “No entanto, não se consegue colocar tudo o que se pode falar numa entrevista. É preciso apenas escrever o básico, para que seja convocado para ela”, exemplifica
Outra prática que também ajuda a somar pontos é contar um pouco sobre o lado pessoal, pois os recrutadores querem conhecer a personalidade do candidato.
Por exemplo, atletas são bem quistos pelas empresas. “Pode ser bacana saber que o candidato é um ‘cicloturista’.
Um recrutador que analisa o currículo de alguém que pedalou 1.500 quilômetros em 15 dias, por exemplo, começa a imaginar se ele esteve em uma região inóspita, pelo quê ele passou, e isso gera assunto para a conversa na entrevista no RH”, conta Martins.
Além disso, praticar esportes também é bem visto pelas qualidades que a prática acrescenta à pessoa. “Quem tem esse perfil [de atleta], passa pelas frustrações do mundo corporativo de maneira mais agradável”, compara.
Estrutura
De acordo com Telma, a estrutura básica do currículo precisa trazer a identificação de quem é o candidato (com nome completo, por se tratar de um documento) e como o mercado pode encontrá-lo.
Em seguida, é fundamental que o candidato coloque o que ele está buscando e sua área de atuação. Essa descrição deve começar de uma forma mais genérica, para ser detalhada em seguida.
“Em primeiro lugar, por exemplo, área financeira, recursos humanos. Posteriormente, vem o objetivo, como gerente de recursos humanos, coordenador, diretor ou CEO”, exemplifica.
Ter foto, em geral, não é indispensável para que o currículo seja considerado como bom. No entanto, “a menos que o profissional seja um modelo ou esteja se candidatando para um papel como ator ou atriz”, explica Basaglia.
Experiência
Na hora de listar as experiências profissionais, Basaglia indica que o candidato comece pela mais recente até chegar nas mais antigas, descrevendo os nomes das empresas em que trabalhou, os cargos que ocupou, e o período em cada um deles.
Um ponto bastante esquecido e que faz bastante diferença é listar as realizações e resultados alcançados. “É fundamental que o candidato coloque o que ele entregou naquele cargo e naquele tempo, no que fez diferença para aquela empresa, o que existia que ela melhorou, o que não existia que ela criou”, diz Telma.
Quanto à formação acadêmica, vale a pena usar só as informações mais relevantes, lembrando sempre de colocar o nome da instituição onde se formou, bem como os períodos dos estudos.
Além disso, “qualquer viagem de aprendizado, atividade voluntária: seja na empresa jovem da universidade, na associação atlética ou no diretório acadêmico, ou participação em uma ONG. Isso mostra traços de atitude e liderança”, ressalta Basaglia.
Por fim, para escrever um bom curriculum, é preciso fazer um exercício de autoconhecimento. O profissional deve refletir quais características devem ser destacadas em seu benefício. Dessa forma, ele saberá vender bem seu peixe. No entanto, “só deve se tomar cuidado com o overselling [ser vendedor em demasia, na tradução livre], com excesso de adjetivos, o que pode contar como ponto negativo”, diz Basaglia.
Agora que você já conhece os atalhos para criar um bom currículo, segue abaixo 3 plataformas para você criar seu curriculum campeão. Confira!
Canva:
Compatibilidade: Android, iOS e Web / Preço: Gratuito com itens pagos
Embora o Canva seja amplamente reconhecido por seus outros recursos, também disponibiliza uma vasta variedade de modelos de currículos. Dentre todas as alternativas apresentadas, essa talvez seja a opção mais abrangente. Isso ocorre porque o usuário pode optar pelos modelos prontos ou iniciar um documento do zero, aproveitando todas as ferramentas de edição disponíveis na plataforma.
Gerador de Currículo
Compatibilidade: Web / Preço: gratuito
Para aqueles que preferem um currículo simples, contendo apenas as informações essenciais de forma direta, o Gerador de Currículo se mostra como a escolha perfeita. Por meio deste site brasileiro, o usuário só precisa completar os campos indicados para obter o seu currículo. Ademais, o documento é gerado de forma automática. Ao finalizar, é viável enviá-lo diretamente para impressão ou por e-mail.
Kickresume
Compatibilidade: Web / Preço: gratuito com itens pagos
Especializado em modelos de currículos modernos, o Kickresume oferece uma ampla gama de opções. Além disso, mesmo apresentando um forte apelo visual, a plataforma abrange uma variedade de estilos, desde os mais simples até os mais sofisticados.
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